Anexando velhos choros para posteridade
Nota de Pesar Meu irmão morreu. 06/11/21. Meu irmão. Felipe. Fã de carrinhos da hotweels. Goleiro. Adolescente. Ingênuo. Educado. Ponderado. Aventureiro. Pintor de paredes de quarto. Amante de luzes de Natal. Amigo de sua irmã. Meu irmão. Morto. Um ataque cardíaco aos 15 anos de idade, enquanto praticava ciclismo. Se tratava de um rapaz Atlético. Ironia do destino. Arritmia. Acaso. Não sei mais. Meu corpo arde em febre, enquanto o corpo de meu irmão perece em terra. Eu busco palavras para imortalizar o momento da morte de meu irmão, mas elas me faltam. Com o risco certeiro da insuficiência, me concentro e vasculho em minha mente os recursos adequados de minha língua. Fernanda e Felipe. Sempre foi assim, desde que me entendo por gente. Na minha família, não se falava isoladamente de Fernanda ou de Felipe, do mesmo modo que não se fala isoladamente de Pippin ou de Marry, de Dick ou de Jane, de Fred ou de George. Agora sou só eu. Minha metade em carne e em espírito, em sangue e em hist